O poeta Silva Freire morou durante a infância e adolescência em uma casa na Mandioca situada à Rua Pedro Celestino (Rua de Cima) esquina com a Travessa 12 de Outubro. No livro Trilogia Cuiabana (1991, p.123), assim a descreve:
[...] A casa de meus pais, Randolpho Rodrigues Freire e Joanna Euphrosina da Silva Freire. Galinha choca no quintal!, o galo mestiço recortando asas, esquecido da maternidade; galinha choca no quintal, galo tarado! Grunhidinhos de leitãozinhos espremidos no escorrega-encosta-deitando-se do capadão... Frangote do primeiro vôo despencando no galho-puleiro da goiabeira, esbatendo no lusco-fusco do fim-do-dia... Gaiola de periquitos setembrinos roendo manga-piquí... O ronrosnar do cavalo Café, que papai adornava de carícias e broto picado de bocaiuveira para afinação do sangue e rebrilho da pelagem, faiscando no sol... O pesão do tamarineiro no fundo do quintal, residência de gambás, esconderijos de assombrações... As fôrmas de fazer rapadura, como escadinhas dos gostos satisfeiros nos sabores de leite de côco, goiaba e de casca-de-caju, dessarumanda no gavetão, ainda cheirando canela e erva-doce... As forminhas alegres de alumínio, amanteigadas prá debruçar curau na palma-da-mão... O baquité tibí de bocaiúvas incendiando a casa do aroma de suas alturas caídas...
O escritor Avelino Tavares retrata a casa da infância do poeta, carinhosamente, como a “Esquina de D. Janoca” no artigo
A segunda academia, publicado na Revista Esquema em 1984. Leia o artigo no link:
A segunda academia